acendemos um cigarro
ao medo na noite, fechamos
os olhos confiantes na prosperidade
que a vida nos traz junto
a essa outra num corpo deitado
ao lado, confundindo o lençol
com o calor que o nosso próprio
vai soltando. até que a firmeza
do futuro rui pela calamidade,
a força da terra, e ouves baixinho
um deus que soletra a vingança.
6 comentários:
Ainda ontem, num estado ébrio, falei com um amigo meu que é escritor sobre o ritmo natural de cada poema e de como se podia também usar a arritmia num poema. Acho que este texto retrata um pouco dos dois.
obrigado, mas fiquei a pensar se isso é bom ou mau, quero dizer, se não poderá ser lido como um defeito, uma fraqueza do poema, da minha própria escrita?
Não só isso, como pelos vistos tens outra coisa em comum connosco. Interpretas tudo da pior forma possível, por mais descabido que seja =P
pois, sempre me disseram que eu era um pouco pessimista a mais, para além de deturpar tudo o que me dizem; mas vou melhorando aos poucos e poucos.
"guardemos o pessimismo para tempos melhores"
sim, parece-me um bom conselho, filipe. mas penso agora, depois de ti, que nem nos melhores tempos haveria de haver (?) lugar a qualquer pessimismo, nunca o melhor tempo será o melhor, sempre um melhor é possível, não achas?
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