ler um livro
não é como um big bang.
há uma certa demora
uma sedução, enamoramento,
os dedos passando pelas lombadas,
atracção dos olhos aos nomes
e destes às letras, às palavras,
às frases, aos parágrafos.
o ritmo evolui em
pulsação, vibração,
até se dar o encontro
de respirações, a abertura
de vasos comunicantes
de um ao outro e sobre
o tempo um outro tempo
uma dobra sobre o tempo
envolvendo o livro e nós
até não poder mais
e explodir. talvez isso
já seja o big bang. fechei
o livro e segui para a rua
à tua procura.
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