sábado, 6 de fevereiro de 2010

algumas dúvidas perduram ainda e sempre

o amor seguiu
naquela direcção
que nem no mapa
que seria o nosso futuro
estava marcada
e fiquei ou fui ficando
afastado dela
por entre o labirinto
de caixas e caixotes
de coisas entulhos de memórias
ecos do silêncio desta casa donde
não arredo pé
sei por onde andaste
encontro os teus traços
os teus trilhos de quem não tem casa
eu próprio me quedo caindo lá
estando por cá embora
agora ignorando o caminho
de volta mas não de regresso
perguntando-me que exílio
do coração é este e quem
o prescreveu serás tu
ainda e eu que nos
conheciamos tão bem
se nos voltarmos a ver
desconhecemo-nos tão mal
que não percebemos
os sinais que lançamos
um ao outro tão usados
tão gastos perdidos mudos
como dormes se tenho aqui
os meus pijamas e eu
estando tu aí
sem os meus pijamas
ao frio com a porta que deixei aberta

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