sábado, 1 de agosto de 2009

s/título

um dia, senão hoje, virá a minha voz. essa, minha, inaudita, inaudível, voz. doce. mas, ei-la aqui e sendo já voz, logo me foge, porque minha, já foi ao encontro da tua.

1 comentário:

ms disse...

"estava para te dizer uma coisa que te direi daqui a pouco. agora vou dizer-te outra. gosto deste poema, mas, sinceramente, a parte do teu poema que mais ligo a mim - e toda a leitura se faz destas ligações - é a que diz, e daí para a frente: talvez durma bem...
gosto da tua displicência em relação às coisas, deste quotidiano ainda mais quotidiano que qualquer neo-realismo de escolas. o quotidiano, quando o é, penso-o agora enquanto escrevo e em relação às minhas coisas - sinto uma grande proximidade entre a tua escrita e a minha e daí a minha dificuldade em falar sobre a tua - dizia, então, que o é de uma forma muito pessoal. o quotidiano enquanto conceito é impessoal, mais ainda que o geral, porque o é numa escala mais inferior que o geral. e o quotidiano que tu fazes e que eu tento igualmente fazer, de uma forma teorizada, é, acima de tudo, o oposto da poesia enquanto direccionada para o universal. nós podemos pensar no universal - é por isso que escrevemos e fazemos igualmente um blog, se o fizéssemos só para nós e amigos nem um blog fariamos - mas a nossa escrita vai no sentido de um quotidiano impessoal, isto é, é nosso, pessoalíssimo e ndad universal, mas que procura um ponto de contacto que desfaça a nossa ligação e se torne nas palavras que o outro, que lê, poderia dizer.

gosto da tua escrita maria inês, há palavras tuas que me tocam - que é para mim o mais importante, que a escrita toque - o que me faz gostar de ti.

mas o que te queria dizer é isto: como estás maria inês, porque não escreves há, mais ou menos, um mês, quem não te está a tocar?

beijos

benjamim machado"

obrigada.
obrigada pelas tuas palavras.
a verdade é que estou tão vazia que nem consigo responder-te, morreu-me alguma expressão.
de qualquer forma não tenho a tua capacidade critica, embora entenda e me reveja e faça minhas as tuas palavras, se quiser teorizar, a verdade é que não faço esse esforço, não sei se não quero , não sei se não sei. por outro lado talvez isso faça com que a minha escrita se torne mais aquilo que quero, quotidiano anti-universal que acaba por acabar em toda a gente. a partida não o procuro, quando escrevo não julgo , nunca reescrevo, raramente emendo uma palavra.no entanto admito não conseguir fugir à necessidade de reconhecimento e de um enquadramento em algo que goste e com que me identifique e tu enquadraste-me em algo que gosto e em que me revejo. e eu agradeci na altura,quando li, e agradeço agora perante a tua pessoa.
também gosto do que escreves e também me aproximo de ti por ler-te assim com essas palavras acertadas daqui de onde eu as vejo.

deixo-te um beijo benjamim.
maria inês