quarta-feira, 10 de junho de 2009

um poema para um livro

eu tenho por vezes dito a verdade
para que possamos ver juntos
de um imaginável gesto
tacteado
a primavera)

não é um mundo nascido – ter pena da pobre carne

sabes já que Tudo é Relativo ou
neste instante em que escrevo ainda é possível encontrar
deste casamento a tua morte)
então querida o
prudentemente prolongando
cruelmente,amor
contra o silêncio,ou a escuridão
quando (ficando aquém da ilusão)tenho pensado
nada permanece
em todas as coisas belas)

– não julgues estas
árvores permanecem:
paciente criatura(que é
a coragem de receber o mais intenso sonho do tempo
– cada alegria um engano,
nunca imaginável mistério)
silêncio
pensei para mim mesmo Morte
partilhada
misteriosamente
do meu coração e
cheio de todos os sonhos,
como há tanto mais do que suficiente para nós os dois
cuidadosamente em torno desta casa que és tu
por nenhum motivo sinto-me
uma canção mais silenciosa
uma canção feita
homem
vestindo-se de estrelas…

E então este sonhador chorou: e então
mudando tudo cuidadosamente
tu e eu
aquilo que nem é um

Não

há tempo para rir e há tempo para chorar –
e agora tu és e eu sou agora e nós somos
apesar da negação do medo,da afirmação de esperança,
(não onde não aqui nem no azul de cada um mas no dos dois)
e te amo muito mais do que verdadeiramente
mas muitos pensamentos morrerão que não nasceram do sonhar
a função do amor é fabricar desconhecimento
se assim for, eu digo se assim for –
a verdade está aqui
assim nunca está o mais sozinho homem só
quem muito menos só do que um fogo frio pode ser
a primavera aurora da terra)e a sua voz
permanecendo perto da minha
cuja qualquer tristeza ou alegria é meu tormento e meu aprazimento
no pouco em que vivem –

(apenas ela a quem
cobarde,palhaço,traidor,idiota,sonhador,animal –
foi noite
e por esta noite uma

a partir de livro de poemas de E.E.Cummings
2009

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