e partem gansos para longe
macula-se a vista
de indiferença a luz não se abre
entre as sombras
nada se recorta
do fundo na hora mais clara
do anonimato
um coração apazigua a sua sordidez e dá-se
para a comunidade dos que estão sós
como penhascos numa tempestade
o escuro avança
contra o corpo
as andorinhas e os morcegos trocam os seus turnos
o pinheiro enegrece junto ao trevo
e a terra
distila o silêncio que te faz
nome
longo cai o crepúsculo
e a torrente da memória engolfa
o caminho é quando as decisões
dão
ares de juiz e algoz
e este ganso
estaca o passo pelo campo
e pergunta pelo fio do rumo
(os dois primeiros versos são retirados, com uma ligeira alteração, de um poema de José Manuel Teixeira da Silva. é-lhe assim, este poema, dedicado)
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