para o Noah
se seguires a linha
de sombra
de prumo se seguires
o traço de cada palavra
a montante
(também no cimo da montanha
onde as vozes se encontram no poeta)
se seguires
se subires
há a história
da dor
que reflui à boca
é isto que trago com a minha língua
o que apontas aproximo com
a violência
da separação
o que já hoje tacteias
tira-te do mundo
para a noite
e o breve sono
e
a despedida
mesmo fugaz
é uma despedida
da exuberância do agora
a medida do teu tempo
ensino-te a cisão com cada
depois depois
e a cada
espera espera
o adiar do prazer que ferve
a tua vida
quando só há modulações em fluxo
de luz
sons surdos longos breves
o estrondo o canto
nomeio-te
a beleza(a febre que te percorre
o corpo)
e tu estendes o queixo para um beijo
de amor desinteressado por habitar
o laço que o teu agora tudo abraça
eu estou aí seguindo contigo
fazendo sombra à dor
de cada palavra
Sem comentários:
Enviar um comentário