se é uma casa enquanto morada o que tanto procuras, há um bulício que deves dar atenção. aí, bem dentro, há um rumor, como o de uma semente a quebrar o folículo que a envolve. tens de aprender a calar-te. não só para escutares um pensamento, que se desvela como uma onda na areia seca, esse por trás dos pensamentos dos outros que te habitam, mas escutar também, ou ainda mais, a voz no interior do pensamento que julgas ser teu e único. aprende a calar-te para te escutares, uma voz por trás desse te que suporta a modelação da tua voz. aprende a escutar-te. aprende a escutar o coração das coisas. aos poucos, se te calas, cada coisa diz-se, no tom que suporta a tua voz.
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