roída em contornos e silhuetas
o mar devagava
onda a onda pelo corpo
uma mão recolhia cada músculo
como se pelo meio se fechasse
num lençol
e o erguesse de uma cama
ela procurava entrar para dentro de si
e a parteira ia e vinha atarefada
com o nada das sombras
imergiu em águas mornas
a barriga imaculada de arroios
elevava-se como uma ilha
e eu era a tempestade e a bonança
derramando nesse cume água de um copo
o tempo passava entre dor e ilusão anestésica
e a chegada do esperado
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