exalando ao sol a secura
sangrando resina e lentamente
confessando ao ouvido curioso de insetos
como é ser-se
cidade
resignada à beira de um caminho
por visitar
como um pai no asilo
exilando-me da sua memória
na passagem sucessiva dos dias
a outros o teu corpo irá
cinzentar raízes disso
nada saberá mesmo gravado
como memento nas rugas de cascas
nada lhe será revelado quando
num instante vindo aos seus lábios
incerto o teu nome caído num doce
fio de baba de um arquivo
como se nomeasse
uma criatura dos primeiros dias depois
repetindo com o ar sorvado
na mecânica das coisas de todos
os corpos
para confirmar o esquecimento
para confirmar
recordo foi de pinhos o seu cheiro
trago a lembrança junto ao nariz
para iludir o aroma pungente
de urina que se entranhava como sândalo
enquanto cumpria bem mais que uma testemunha
o pôr e depor das máscaras ofertadas
é triste a madeira das coisas
empilhada para poemas
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