quinta-feira, 18 de março de 2021

a solidão entre os objectos

estou só entre os objectos         dirão
talvez        a meio do deserto da existência
indiferenciado reconhecido        o meu rosto
soprado e exposto sem margem para mais
um grão        uma paisagem ardida        evitado
pelo olhar        presente em secreta soberania 
 
estou só como uma onda
no oceâno                       irmanada em ignorância        só
o estranho me acolhe como a cadeira
a cama a cadela
 
o poema

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