quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

vem

tu espantas-te com o pensamento
enrodilhado nas suas trevas
e uma lâmpada alumiada a fogo
 
nem chega a assentar a leveza
da neve        paira um distorcido silêncio
cortina opaca        houvesse um fio
fino fumo que assinalasse ao fundo
uma via        e não o tactear ferido
o derrubar de muros a martelo
de toda a névoa da memória
 
vem abraça-me ainda
à janela        nas ruas os olhares
estão cheios de ruídos
tarda já tanto e é já tempo
para que o inquieto coração bata
é tempo de ser tempo

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