ela era um imenso e terno coração
uma represa
onde desaguam os arroubos do que consideramos
ser uma vida para os encontros
junto à pele
uma aprendida cota de malha
deixando o toque à distância
como a testemunha do mar
bravio à noite
uma sedosa negligé de pranto
ajoelhava-me
colhendo
as lágrimas negras
com os lábios que depois beijavam
os pés
em adoração divina
pedindo perdão pelo mundo
chegada a bonança digo-te
mantenho secreto um desejo
que te visite o rosto o choro
e pudesses ver a clareira
iluminada
de tua beleza
como após a chuva a aurora
o raio de sol no trevo orvalhado
enquanto triste me sento a teu lado
Sem comentários:
Enviar um comentário