há um ribeiro nesse prado
onde poderia ter afogado
a minha loucura bebi-a da taça
de um rapaz visitado pela memória
de um deus eu que fui
guiada pelas lições do servilismo
conheci o meu lugar nessa arena
da política interna emudeci a voz
na presença das figuras da lei que encontraram
a morte atrás do pano
talvez esse rapaz me quisesse
dar a liberdade
era ainda um homem que ma oferecia
com as suas palavras doces de poeta
que a meio do caminho percorrido juntos
me transformaria de corça em cabra
das suas frustrações quando a carne cedesse
à gravidade do tempo e do cansaço
após o espaçamento do ossos
para que uma vida o habitasse e atravessasse
tudo tem o seu limite percebi-o
quando o ribeiro engoliu as margens
à medida que as minhas lágrimas sublinhavam
um MAIS NÃO a esgarçar o véu
dos meus dias submissos
enraizei o resto da minha vontade
como essas árvores no leito lodoso
a corrente levou a conta desta breve vida
para longe para longe
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