domingo, 10 de janeiro de 2016

produção de realidade com benfica de fundo

de um espaço a outro,

do interior - que se ouve e de onde nos é dada a perspectiva - ao exterior - daquelas mulheres (ciganas romenas? digamos apenas mulheres) - carregando nas costas - fosse outra a mão, uma mais de direita que esta direita mão que escreve, diria no dorso, como se de dois animais se tratasse - o que parece ser um peso absurdo, abre-se o buraco que constitui o cerne da realidade, a distância que sempre separa duas vidas, que não é só horizontal, mas mais ainda vertical, justamente, como o desta perspectiva. do alto, a produção da imagem, quase quadro impressionista de camponesas em trabalho, produção do lado do conforto, entre paredes, ao abrigo da chuva; de baixo, a dureza, a crueza e o peso da realidade sobre as costas, pouco interessados pelo olhar ou de onde poderá vir, somente a pressa nos corpos para descarregar o real peso que há já muito sova o corpo sob a chuva.

como fazer para olhar e ser olhado olhos nos olhos?

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