für dich, natürlich
para o silêncio tem-se mãos que dobram o vazio
da neve o contorcer de bandeiras o restolhar de folhas
ou um clarinete vibrando os corações em Berlim
para o amor há o retorno justo ao último
que não mais se adiará fazendo por fim do caminho
o seguir em frente a morada a vida em conjunto
o caso porém já não mais trata de promessas
antes da prova da certeza após tantos desvios e desencontros
e as palavras ferem tanto quanto a inacção
sabemo-nos por vezes dois ímanes com seus pólos
mas nessa distância espraiando-se entre duas cadeiras
nem tu és um muro nem eu um homem oco
até que nos reconhecemos já esgotados e as mãos se estendem
e pelo corpo nos deixamos enrodilhar pela trama das parcas
e a cada vez das nossas vidas e de toda esta tensão o ar se electriza e troveja
sim voltarei definitivamente a percorrer essas ruas
e praças distritos canais jardins floresta ou os caminhos
do teu dedo mínimo do pé ao amendoado de teus olhos
pois a vida é maior com uma leoa numa bicicleta
de braço dado sob chuva e sol
ou o amor atravessando todas as pontes desta cidade
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