quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Jardim da Estrela

onde antes dos coretos bandas misturavam
tímidos pares já de prescritos futuros hoje

incitam à guerra bandos armados de batuques
ribombando pelos corações adentro vibrando

os corpos entregues ao ócio ou à vigília
meio adormecida às brincadeiras infantis

oitocentista estendo a t-shirt para que teu vestido
permaneça imaculado o tronco marca-se de erva

os trilhos mantém quase o desenho original porém
é uma selva cultural que se levanta no meio da cidade

centenárias árvores plantas arbustos esquadrinhados
com certo rigor pela mão arquitecta de meu bisavô

(poucos canteiros e todavia sinto-me enraizado
e quase livre de laços e origens menos da tua mão)

tirando os charcos os lagos estão secos para encontros
de leituras desenhos devaneios de charros e álcool

e o amor sonolento na passagem das horas cuidado
poderei parecer um cacto o coração é flor de estufa

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