esta é
talvez a parte mais longa
da noite, quando ela acaba
e os copos vão deixando suas
rodelas
marcadas nos tampos das mesas. depois
olho para os teus olhos que me fogem.
há tanto por dizer atrás dos cigarros
acendidos com a minúcia de uma
vergonha mal servida aos desejos
do corpo desconhecido. mas nada
se diz, nada ocupa os espaços
entre as mesas onde as pernas se cruzam
e os pés procuram um toque em segredo.
não se olha para trás, diz-se
boa-noite
e parte-se, não vá o outro ver
surgir-lhe
uma estátua de sal. pernas para andar
e esquivar de carros e faróis
e da bicicleta pede-se apenas
o caminho de volta a casa.
2 comentários:
Devia ter ficado dentro- não que lhe faça lá falta:)
este foi um poema complicado na minha vida, daí ter ficado de fora, mas quem sabe um dia apareça nalguma coisa para além do blog.
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