domingo, 5 de junho de 2011

da eternidade

"-Vós não acreditais em nada, venerando Irmão! Agora é que mentis! Porquê emprestar-me um espírito tão astuto quanto o vosso, e como prever a qualquer preço o que então aconteceria! Porque não me dizeis sem cerimónia que eu sou de carne e osso? Eu obedecia-vos de imediato!
- Ah! - disse eu - se vós não sois nem espírito nem puta, entre os dois há espaço para um patife!
- Desgraçadamente! Irmão Damiens, faríeis melhor em me tratar como tal! É o que espero há uma eternidade, mas desde há uma eternidade que se contentam em mo dizer!"

in Pierre Klossowski, Baphomet, Porto, Campo das Letras, col. campo da literatura, trad. Clara Alvarez, 2005: 155-156.

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