quarta-feira, 11 de maio de 2011

verão inglês


ao longo da costa
pela areia fina
ou entre rochas como gigantes
lapas, estendem-se ao sol,
aquecendo o coração frio
tatuadas baleias, viúvas
negras e solitárias, bonecas
de porcelana com o sangue
a tingir a pele. que nenhum
actéon se aproxime, a fome
é imensa após o inverno
rigoroso das ilhas de artur.
à noite, cheirando a flores,
com vestidos de brisa
mergulhando a beleza de oitocentos
em geladas cervejas, deliquescentes whiskys,
como dianas treinam o olhar nas setas,
dançam e cantam a língua ébria
de seios cobiçando a lua,
sem pudor despejam o desejo
em canteiros lacrimados de amores-
perfeitos até contestarem o dia
empunhando o cigarro
girassol em brasa.

Sem comentários: