segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

a água segue




o mar não conhece as profundidades
em poemas barcos no horizonte
aqui nada tinha a encontrar
uma solução do enigma

passámos o dia em discórdia
junto à janela aberta
para onde quer que vá
por detrás assomam as palavras
recordo que me esqueci
presentes ausentes
no teu jardim

como se não sonhasse
deito os pedaços para trás de mim
na margem do outro lado
não entendo os sinais nas pedras
e as andorinhas passam alto e baixo
uma vez por outra
enquanto as horas deslizam certas
e nenhuns animais dão companhia
a madeira paciência
os clamores dia após dia

quero ficar imóvel
sei que estás presente
mas o teu rosto é tão claro
e procuro-te nas raízes das árvores
desde que partiste

viras a cabeça
se por fim digo
deixa-me sair

a partir de Sigo a água de Eva Christina Zeller

Sem comentários: