quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

a Esperança

morreu na praia, ali, junto às rochas, a Esperança. a dos seios volumosos, coxas dúcteis, elásticas, que enchia o olhar. morta, mas tão desejada, a Esperança. olhos de contas, a carne ainda macia, nenhum animal se lhe chegou e o seu corpo já com a frescura do azul de despedida. sobrámos nós e um lamento: "adeus, Esperança, até depois..."; mais ou menos como aquela canção. todavia, o mar, as rochas e o horizonte de tanta fome.
salgámo-la. e deu-nos para uma semana. a Esperança.

2 comentários:

miguel disse...

Muito Bom...

fernando machado silva disse...

obrigado, meu, a sério. bem que preciso (infelizmente às vezes o ego necessita de um conforto) para me deixar de merdas e trabalhar.

abraço e bom ano