"Teddy olhou para ele de frente pela primeira vez. 'Você é poeta?', perguntou.
'Poeta!', exclamou Nicholson. 'Deus meu, não. Antes fosse. Porque é que pergunta isso?'
'Não sei. Os poetas estão quase sempre a considerar o tempo como um insulto pessoal. Estão sempre a meter emoções em coisas que não têm nada que ver com isso.'
Nicholson levou a mão à algibeira do casaco, a sorrir, e tirou de lá cigarros e fósforos. 'Sempre pensei que essa fosse precisamente a matéria-prima deles', disse. 'Os poetas não se interessam antes de mais nada pelas emoções?'"
in J.D. Salinger, Nove contos, Lisboa, Livraria Bertrand, s.d.: 224-225 (trad.: Luís de Sttau Monteiro e Vasco Pulido Valente).
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