quinta-feira, 27 de maio de 2010

um poema perdido num ensaio

estou só
não estou
isto é uma tentativa uma
experiência sobre
a tua memória
talvez assim
uma voz
tua
emocional
talvez mas
por favor
sem presunção
arrogância
experimenta
não enganes ninguém
bem o querias ser
tu
um poeta
deixa isso não enganes
ninguém
não mintas
não te iludas
nem dês ilusões
não arranjes desculpas
para a tua própria incapacidade
sim
ou
não
a aventura do nome
tantos disparados
para o ar
numa sala
até um nos fazer
calar
podes contar
podes dizer
porque não
uma lembrança
antes do nome
qualquer coisa que
qualquer coisa ainda
te estranha
tal como na tua
cabeça uma imagem
da qual te aproximas
sem a perceber
ainda
uma janela
não
não
nem
por ti
às vezes
nunca sabes
não é
todo o pensamento é uma dádiva
todo o pensamento no fundo é
impessoal
e para ser dado
dizer uma palavra
a um outro
revelar o seu
pensamento mostrando
todo o corpo empenhado
em dizê-la
em dizê-lo
é uma cerimónia
esquecida
pelo menos do local
de onde estou a olhar

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