queria trazer-te uma palavra
nova e pô-la a rolar
na tua boca. desde o primeiro
beijo a minha morte
está ligada à tua vida.
espalhei os teus desenhos
e eu sobre eles à procura
do meu rosto junto onde
o teu está. os desejos
e promessas cercam
a surdez de deus.
deixa que eu parta
o mundo já tem
fealdade suficiente.
eu morro é certo
e tudo continua.
o adeus só conta
se com ele tudo se afundar.
mas escrevo ainda
e também sol
esta estrela de três letras
maior aqui mais
luminosa na tua boca
se agora a proferires
do que essa para lá
dos teus óculos escuros.
a morte não me traz
grandeza e guardo
para mim o dia
que me agigantaste
dando-me banho e o choro
era a desculpa do sabão nos olhos.
*
nota - este é o último
3 comentários:
Um Adeus resulta sempre num Olá!
Um poema muito bonito. Um abraço. Rui Pedro
obrigado aos dois pelos comentários
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