terça-feira, 20 de abril de 2010

enigmática tatuagem

e ali estava ela
tantas vezes oculta
sob a roupa
e tantas outras
coisas se podem dizer
de ti. não sei
quando foi a primeira vez
se na noite do acto consumado
e a tua perna tombou da cama
se naquela vez em que me chamaste
para o banho e às claras
os nossos corpos se tocaram.
mas sempre cri
que uma tatuagem
para um ocidental
nada é senão um ornamento
e nenhum enigma se diz
de tinta na pele. à noite
e durante o dia o mistério
és tu e as cicatrizes do teu corpo.

5 comentários:

Andreia disse...

Bonito.
Eu gosto de tatoos, quando n são demasiado ostensivas.

fernando machado silva disse...

eu também não desgosto, mas prefiro um corpo nu e cuja escrita sejam as suas cicatrizes.

Andreia disse...

Eu vejo as tatoos como metaforas de cicatrizes. Tb gosto de nus, pricipalmente as almas nuas... é, é mais dificil de ver, não é tão tangivel...e a junção dos dois é uma utopia!

fernando machado silva disse...

posso, como tu dizes, ver/ler as tatuagens como metáforas de cicatrizes, mas muito dificilmente num ocidental, que já perdeu todas as referências míticas ou religiosas, de passagem, etc. se calhar para alguns isso ainda existe, mas para muitos poucos.

os nus... queria dizer não tão à letra - mas também gosto - mas esses que mais nenhuma escrita há senão as cicatrizes. por exemplo, eu recuso-me a tatuar ou a fazer qualquer piercing. talvez haverá um dia em que eu e muitos poucos seremos os únicos sem tatuagens e piercings. um outro tipo de utopia

Andreia disse...

Assim eu já n posso fazer parte da utopia... Acho tb q nunca fiz, aliás perdi as pretensões de fazer parte! E vivo bem - dependendo dos dias - com as minhas "cicatrizes"!

bjinhos :)