terça-feira, 24 de novembro de 2020

vairagya

tu és simples e essencial
vê o teu lugar        se ignorância ou ilusão
te parecem rudes        digamos antes        o sono enleva-te
como musgo orvalhado a pedra crua
                                                                                               a contemplação do teu imo
 
carregas demasiado para tão ordinário
batel neste oceano
em cada porto e baixel cruzado ata-te
o cânhamo das relações
a fateixa de um rosto
 
se queres navegar liberto corta cerce
põe-te a nu e passa ao largo
conhece os limiares        decora a lição da aranha
e nesta imensa rede desliza num fio de vida
que a nada te prende e ao outro apenas
o que nele é simples e essencial
                                                    como tu
 
o teu lugar está na distância da realização
de um eutu esbatido

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